Júnior Lourenço emprega a própria sogra em seu gabinete na Câmara
Deputado federal reeleito, filiado ao partido de Jair Bolsonaro, ex-prefeito de Miranda do Norte, no Maranhão, e graduado em ciências contábeis: esse é Júnior Lourenço (PL-MA), de 46 anos, parlamentar que emprega a própria sogra no gabinete na Câmara dos Deputados.
Maria Jackeline Jesus Gonçalves Trovão, 61, é secretária parlamentar dele desde 10 de maio de 2022 – situação que configura nepotismo, conforme revelou a coluna.
Júnior Lourenço é também um dos deputados mais ausentes da Câmara dos Deputados.
O perfil dele é considerado como moderado, uma vez que não só apoiou a candidatura de Flávio Dino, atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ao Senado, quanto por ter sido o único integrante do PL a votar pelo arquivamento de processo contra o deputado federal André Janones (Avante-MG) no caso da rachadinha no Conselho de Ética da Casa, em 2024.
O posicionamento gerou fortes críticas.
Júnior Lourenço é casado com a enfermeira e nutricionista Carolina Trovão Bonfim há 5 anos, ou seja, já era genro de Maria Jackeline quando a nomeou para o cargo na Câmara. O salário inicial partiu de R$ 1.328,41, mais auxílios. A funcionária foi promovida em dezembro de 2023 e recebe R$ 1.764,93, além de benefícios, desde então.
Com isso, os rendimentos de Maria Jackeline Trovão superam R$ 3,2 mil por mês. A Câmara desembolsou mais de R$ 120 mil em salários nos últimos 3 anos para a sogra do parlamentar.
À coluna, o deputado federal confirmou, sem demonstrar qualquer constrangimento, que emprega a própria sogra. “Ela trabalha comigo no Maranhão… no gabinete lá”. Questionado sobre quais eram as atribuições da mãe da esposa dele, limitou-se a responder que “ela é secretária”, sem dar mais detalhes e encerrando a conversa.
A prática de nepotismo é vedada pela Constituição Federal de 1988 por ferir os princípios da moralidade, impessoalidade, eficiência e isonomia. Segundo especialistas, o caso pode levar Júnior Lourenço a responder por improbidade administrativa e consequentemente, ter que ressarcir o valor pago pela Câmara à sogra, pagar multa e até mesmo ter os direitos políticos suspensos.
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