quarta-feira, 17 de abril de 2024

Antes de cometer suicídio, morador de Anajatuba acusou o empresário Leandro Costa: “me deixou falido”


Tudo foi publicado no status do seu número no aplicativo WhatsApp na vítima: João da Cruz Shanses, conhecido como “Fânio”.




Nas publicações, “Fanio” afirmou que o prefeito Helder Aragão “abriu as portas” para Leandro Costa na prefeitura de Anajatuba, o que remete a direcionamento por meio de fraude em licitações.

Um homem identificado como João da Cruz Shanses, conhecido como “Fânio”, morador do município de Anajatuba, cometeu suicídio nesta segunda-feira (15) ao ingerir um quantidade de componente de “chumbinho”, substância tóxica chamada de “terbufós”.

Antes de tirar a própria vida, “Fânio” deixou inúmeras mensagens que são verdadeiros desabafos e denúncias públicas. Tudo foi publicado no status do seu número no aplicativo WhatsApp.

As denúncias são contra Leandro Costa, empresário muito conhecido em São Luís, natural de Bacabal que possui contratos de prestação de serviço com diversas prefeituras em vários ramos, entre elas Anajatuba.

Em uma de suas publicações, antes de morrer, João da Cruz Shanses – que era mestre de obras, alega que o prefeito Helder Aragão “abriu as portas” para Leandro Costa na prefeitura de Anajatuba, o que remete a direcionamento por meio de fraude em licitações.

“Hélder Aragão abriu as portas pra que ele [Leandro] entrasse em Anajatuba, está sabendo agora que ele me deixou falido, gastei tudo que tinha pra investir em obras de Leandro, nosso amigo Jorge e Chico sabem do que estou falando”, escreveu “Fânio”.

Em outro post, João tornou pública uma foto dele em um leito de hospital na qual diz que passou seis dias em coma. Ele reclama que ficou sem trabalhar e sem dinheiro, porque seus recursos estavam investidos nas obras, como uma Quadra em Anajatuba. “Não fez questão de ajudar de forma alguma. Não tenho mais nada a perder, pois quando pedir meu carro por um débito de R$ 7 mil você [Leandro] não pode me ajudar”, escreveu.

Em um terceiro post, “Fânio” publicou uma foto de Leandro Costa fazendo novas cobranças contra o empresário: “A justiça de Deus tarda mais não falha. Não é enganando o próximo e passando por cima das pessoas que você [Leandro] vai vencer na vida. Você não é humano, depois de tudo que eu fiz me dedicando em suas obras esse foi o pagamento que você me deu, deixando endividado, você não vai prosperar dessa forma” .

Na quarta postagem, a qual o Blog do Domingos Costa teve acesso, “João Fânio” reclama que Leandro Costa não responde mais suas mensagens. “Revolta eu estar internado no Socorrão e ele [Leandro] não responder uma mensagem minha para dar um ‘haver’ de pagamento para mim comprar medicamento (sic)”, reclamou.

– Dono de três empresas

Nas redes sociais, Leandro Costa aparece com 31,9 mil seguidores e em seu perfil ele diz ser dono de três empresas: Zil Distribuidora de Medicamentos; VS Empreendimentos; e L.F.C Engenharia.

– Outro lado

Ouvido pelo Blog do DC, Leandro deu sua versão sobre o caso, relatou que de fato “Fânio” era seu prestador de serviço e tinha salário de 5 mil reais. Costa disse ainda que João da Cruz Shanses era viciado em jogos de azar e começou a pegar dinheiro com agiota emprestado.

“Essas informações são improcedentes , até onde sei ele estava com depressão devido a outros problemas . Não sei o motivo dessa postagem dele, mas é algo muito triste.” respondeu.

O empresário contou, ainda, que João pediu ajuda para comprar um carro no valor de 80 mil reais, contudo, o carro tinha dívidas trabalhistas e bloqueios judiciais do estado do CE e acabou apreendido, o que deixou Fânio muito triste.

“Começou a se afundar em dívidas, era um bom mestre de obras, mas não teve mentalidade suficientes para superar os problemas, estava em depressão. Inclusive, tentou tirar a vida outras duas vezes anteriores, por meio de medicamentos e chegou até tentar se jogar embaixo de um carreta”, completou Leandro.

Costa admitiu que tinha contrato com a prefeitura de Anajatuba para reformas de prédios públicos e possuía uma dívida com seu ex-funcionário, mas explicou que o total era de apenas R$ 7 mil reais. “Pagava ele por mês, dando sempre uma parte, sempre o ajudava e não foi por causa de uma dívida tão pequena que ele tirou a vida, ele estava com outros problemas e não soube cuidar”, finalizou.

– Palavra do prefeito

O Blog do DC procurou o prefeito Helder Aragão para falar a respeito do caso, mas as mensagens não foram respondidas e as ligações não atendidas.


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