segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Preso pela PF, advogado aplicava golpe milionário no RS
O advogado é proprietário de 950 imóveis.
Preso na segunda-feira (22) em Passo Fundo, o advogado Maurício Dal
Agnol levava uma vida de luxo com os milhões que lucrou ilegalmente ao
aplicar um golpe milionário em cerca de 30 mil clientes que venciam
ações judiciais no Rio Grande do Sul. Segundo as investigações da
Polícia Federal, ele é proprietário de 950 imóveis. Um deles, em Nova
York, custou cerca de R$ 14 milhões, como mostra a reportagem do
Fantástico.
Entre tantos bens adquiridos com o dinheiro das vítimas do golpe, Dal
Agnol também comprou um jato particular de luxo para oito pessoas ao
custo de mais R$ 20 milhões e um haras em Passo Fundo.
Como funcionava o golpe
Para entender a fraude, é preciso voltar no tempo. Ter uma linha telefônica nos anos 1980 e 1990 era caro e raro em todo o país. No Rio Grande do Sul, a extinta Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT) era a empresa do governo gaúcho que vendia as linhas. Ao comprar o telefone, a pessoa – além de adquirir a linha – virava acionista da empresa. Ou seja, se tornava sócio, dono de um lote de ações.
Para entender a fraude, é preciso voltar no tempo. Ter uma linha telefônica nos anos 1980 e 1990 era caro e raro em todo o país. No Rio Grande do Sul, a extinta Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT) era a empresa do governo gaúcho que vendia as linhas. Ao comprar o telefone, a pessoa – além de adquirir a linha – virava acionista da empresa. Ou seja, se tornava sócio, dono de um lote de ações.
Em 1996, a CRT foi privatizada, vendida para uma empresa particular
de telefonia. Então, o preço das ações dispararam. Os donos de linhas
telefônicas da antiga CRT não receberam nada e entraram na Justiça para
exigir indenização, já que eram acionistas. E foi justamente nessa época
que o advogado Maurício Dal Agnol começou a agir.
De acordo com a Polícia Federal, ele ia atrás dos clientes e entrava
com os pedidos de indenização. Mas quando pegava o dinheiro, não
repassava o valor combinado. A maior parte ia para o próprio bolso.
Quem se sentiu lesado, trocou de advogado. “Temos, por exemplo, um
caso que representamos clientes que teriam de ter recebido R$ 4 milhões e
receberam R$ 13 mil”, relata o advogado Itamar Marcelo Prates, que
representa os clientes que foram vítimas do golpe.
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