sexta-feira, 25 de julho de 2014
Israel volta a alfinetar o Brasil e diz que desproporcional é 7 a 1
Após alfinetar atitudes do governo brasileiro, porta-voz de Israel volta a alfinetar o País (Bloomberg) |
Depois de falar que o Brasil é um “anão
diplomático” e “politicamente irrelevante”, o porta-voz de Israel, Yigal
Palmor, voltou a ironizar o País. Em entrevista concedida ao Jornal
Nacional, da Rede Globo, ele criticou mais uma vez as decisões do
governo brasileiro nesta semana e ainda relembrou o vexame da seleção na
Copa do Mundo.
“A resposta de Israel é perfeitamente
proporcional de acordo com a lei internacional. Isso não é futebol. No
futebol, quando um jogo termina em empate, você acha proporcional e
quando é 7 a 1 é desproporcional. Lamento dizer, mas não é assim na vida
real e sob a lei internacional”, disse Palmor.
O porta-voz passou a critica o Brasil
após o País condenar o que chamou de “uso desproporcional da força” por
parte de Israel nos ataques à Faixa de Gaza. Em documento apresentado na
quarta-feira (23), o governo mostrou preocupação com o “elevado número
de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças”.
Durante a entrevista para a Globo, Palmor
ainda disse que desproporcional seria deixar “centenas de pessoas
mortas nas ruas de Israel”. O porta-voz destacou que o que desequilibrou
o número de mortos na guerra foi o sistema antimísseis do país. “A
única razão para não termos centenas de mortos nas ruas de Israel é
termos desenvolvido um sistema antimíssil e não vamos nos desculpar por
isso. Se não tivéssemos esse sistema haveria centenas de pessoas mortas
nas ruas de Israel. Isso seria considerado proporcional?”, questionou.
Por fim, Palmor foi questionado se Isarel
cogitaria um cessar-fogo, principalmente com os EUA liderando as
discussões, mas ele aproveitou novamente para ironizar o Brasil. “Há
muitos contatos diplomáticos sendo feitos. [...] Infelizmente o Brasil
não faz parte. O Brasil se afastou de todos os movimentos diplomáticos
ao convocar seu embaixador. Mas há outros países envolvidos. Um dia
desses vai haver um cessar-fogo. A questão é saber quantas pessoas vão
pagar com suas vidas pela teimosia e extremismo do Hamas.”
Troca de farpas
Nesta manhã, o The Jerusalem Post
divulgou uma entrevista com o porta-voz de Israel, que deu início à
discussão com o Brasil após o País, junto com outros 28 países votar
pela investigação das ações de Israel na região de Gaza.
“Essa é uma demonstração lamentável de
por que o Brasil, esse gigante econômico e cultural, continua sendo um
anão diplomático”, disse Palmor. Ele ainda completou dizendo que “o
relativismo moral por trás dessa atitude faz do Brasil um parceiro
diplomático irrelevante, que cria problema ao invés de contribuir para
solucioná-los”.
Durante a tarde, o ministro de Relações
Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, rebateu a nota do
porta-voz de Israel. “Somos um dos 11 países do mundo que têm relações
diplomáticas com todos os membros da ONU e temos um histórico de
cooperação pela paz e ação pela paz internacional. Se há algum anão
diplomático, o Brasil não é um deles”, afirmou.
Segundo ele, o Brasil nunca contestou o
direito de Israel, ou nenhum outro país, de se defender, o problema
neste momento esta na “desproporcionalidade das coisas”.
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