terça-feira, 26 de abril de 2016

Streaming de metal precioso se torna forma de financiamento convencional


A esperança de investidores de que as transações de streaming, um tipo de venda antecipada de ouro e outros metais preciosos, realizadas por mineradoras terminassem no curto prazo ficaram abaladas com a palestra de um influente grupo de banqueiros canadenses durante a conferência anual da Prospectors & Developers Association of Canada (PDAC) que terminou no dia (9). No Brasil, Vale e Luna Gold são empresas que vendem ouro nessa modalidade.



Um painel que incluiu apresentadores da BMO Capital Markets, TD Securities, Scotia Capital e RBC Capital chegou à conclusão que este tipo de financiamento, antes considerado alternativo em contraposição às formas tradicionais, é agora parte integrante das ferramentas financeiras que mineradoras major e juniores têm às mãos seja para reduzir dívida ou financiar a futura operação.

“Não se trata mais de uma estrutura [financeira] intelectualmente curiosa. Agora é parte do arsenal básico dos diretores financeiros”, disse Peter Collibee, do Scotia Capital.

Mais de US$ 6 bilhões foram levantados por streaming desde 2013. O modelo evoluiu, desde que começou a ser usado nos anos 1980, de um tipo de teste para mostrar quanto investidores sofisticados estariam dispostos a pagar pela exposição a bons ativos de produção de metais preciosos para uma forma simples das companhias reduzirem a alavancagem em seus balanços.

Apesar de oferecerem uma forma simples de desalavancagem, tanto investidores quanto gestores de fundos acreditam que mineradoras podem estar se desfazendo de uma parte significativa dos seus ativos para empresas de streaming. Isso pode afetar a capacidade delas em gerar lucros adequados ao longo da vida útil das minas.

Esse mesmo grupo de investidores e gestores lançam dúvidas sobre o retorno obtido com companhias de streaming em transações recentes com ativos de primeira linha. Esse é o caso de Antamina, uma mina de prata da Glencore no Peru, na qual a Silver Wheaton pagou 900 milhões em novembro de 2015. Segundo eles, esse tipo de negócio pode não ser sustentável com o preço atual dos metais.

Em março de 2015, a Silver Wheaton comprou 25% do ouro a ser produzido durante a vida útil da mina de Salobo da Vale por US$ 900 milhões mais um valor fixo por onça entregue. “Existem alguns ativos que são adequados para o streaming de metais preciosos e outros que não são”, afirma Collibee.

“Se você olha uma mina com vida útil de 20 a 30 anos, baseada em reservas, e mais 20 anos na forma de recursos, ela tem um componente significativo de metais preciosos. [Nesse caso, o fluxo] será igual ou superior a [o retorno em] qualquer mina de metais preciosos no mundo”, diz ele.

Visto que é pequena a chance de ganhar exposição a esse tipo raro de ativo, que dificilmente está disponível, alguns questionam se as empresas de streaming estão mesmo fazendo bons negócios. Contudo, para Collibee essa não é a principal questão. “As taxas de retorno são muito baixas? Eu diria que não”.

A avaliação estática do valor líquido do ativo, baseado no atual patamar de preços, o que muitos analistas usam para estimar o valor de investimentos em mineração, “sistematicamente subavalia” transações de streaming em ativos com 30 a 50 anos de vida útil, diz ele.

O fato é que existe um “significativo volume de capital” disponível para companhias de streaming realizarem transações dessa natureza e também mineradores norte-americanos com mais de US$ 50 bilhões em dívidas, sem falar no capital investido em prospectores que não veem sinal de retorno.

Enquanto o balanço das mineradoras não estiverem equilibrados o financiamento por streaming vai continuar a ser uma modalidade convencional. As informações são do Mining Journal, publicação do grupo Aspermont, como o NMB.

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