quinta-feira, 20 de abril de 2023
Bom Jesus das Selvas também pode ser ‘engolida’ por voçorocas
Os enormes abismos que resultam das enxurradas que rasgam e abrem fendas no solo em proporções tão grandes, já fizeram desaparecer parte do bairro Nestor Lemes, em Bom Jesus das Selvas. A BR-222 atravessa o município e bem perto de lá as erosões também acompanham o crescimento urbano da cidade e ameaçam cerca de 200 famílias.
Bom Jesus das Selvas tem 28 anos de emancipação, e quando ainda pertencia ao município de Santa Luzia, a rua 7 de Setembro era uma das principais da cidade e, agora, está praticamente cortada pela voçoroca que já engoliu outras ruas próximas. Muitas casas desabaram com as erosões e outras foram abandonadas pelos moradores.
O geólogo Jefferson, que estuda nos últimos anos as voçorocas em Bom Jesus das Selvas, diz que além do solo e dos índices pluviométricos, a forma do relevo da cidade contribui para a formação dos abismos.
“Além do solo e dos índices pluviométricos também foi percebido que a forma do relevo, ou seja, a forma do terreno também contribui. O município de Bom Jesus das Selvas está localizado próximo a tabuleiros, ou seja, uma área em que bem próximo do município existe uma grande declividade. Essa declividade associada ao tipo de forma do relevo, como no caso o tipo de vertente nessa localidade, que é chamado de de vertente convergente, faz com que a água da chuva convirja para apenas um determinado local, para um determinado fluxo, e é essa concentração de água que contribui para que os canais comecem a ser formados”, explica o geólogo.
A Prefeitura de Bom Jesus das Selvas diz que acompanha a situação dos moradores e que o município vem buscando recursos junto aos governos estadual e federal para reestruturar a Defesa Civil municipal e realocar as famílias em moradias seguras.
Voçorocas no Maranhão
Além de Bom Jesus das Selvas, Buriticupu é outro município em que voçorocas ameaçam engolir a cidade. As fortes chuvas e a erosão geraram abismos de até 70 metros de profundidade e 500 metros de comprimento.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, em Buriticupu, cerca de 27 famílias precisaram ser retiradas das áreas de risco e agora estão morando em abrigos e recebendo aluguel social. O maior medo está no perigo de que casas sejam “engolidas” pelos abismos como já aconteceu no passado.
As primeiras voçorocas se formaram a partir da rápida expansão urbana de Buriticupu, como consequência do desmatamento da vegetação nativa em áreas de alta declividade, é o que explica ao g1, o professor Fernando Bezerra, do programa de pós-graduação em Geografia, Natureza e Dinâmica do Espaço, da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).
Essas crateras surgem a partir de processos de erosão acelerados pela ação da chuva, devido às enxurradas, em áreas com solos sem cobertura vegetal, como aconteceu, recentemente, em Buriticupu.
Di G1,MA
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