sábado, 3 de dezembro de 2022
Lula confirma Flávio Dino em Ministério
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse a interlocutores, em reuniões ao longo desta semana, que pretende nomear o ex-prefeito Fernando Haddad para comandar o Ministério da Fazenda e o embaixador Mauro Vieira para o Itamaraty, após ser diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no próximo dia 12.
Lula afirmou, ainda, que o senador eleito Flávio Dino (PSB-MA) irá para o Ministério da Justiça e o ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio Monteiro, para a Defesa.
A entrada de Múcio e Dino na equipe foi confirmada pelo presidente eleito em pelo menos dois jantares nos últimos dias, um na terça-feira, 29, com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, e o outro realizado nesta quinta, 1º, na casa da senadora Kátia Abreu (PP-TO).
Lula afirmou nesta sexta-feira, 2, em entrevista, que ninguém precisa ficar “angustiado” ou “nervoso” com a montagem de sua equipe. “Eu tenho 80% do ministério na cabeça, mas eu não quero construir um ministério para mim. Quero construir para as forças políticas que me ajudaram a ganhar a eleição”, argumentou ele, sem confirmar nomes.
A indicação de Dino já era dada como certa pelo próprio Lula ainda durante a campanha eleitoral. “Flávio Dino que se prepare. Vai ser eleito senador, mas não será senador muito tempo porque vai ter muita tarefa nesse País”, disse o então candidato do PT, em setembro. O ex-governador do Maranhão já tem cumprido agenda de ministro e participado de reuniões com a Polícia Militar, Polícia Federal e secretários estaduais de Segurança Pública, acompanhando Lula em encontros com ministros do STF.
Além dele, o PSB tenta emplacar a indicação de Márcio França para o Ministério das Cidades. O partido avalia que Dino, que era do PCdoB até o ano passado, é da “cota pessoal” de Lula, e não indicação do PSB.
Em relação ao Ministério da Defesa, há a expectativa de que Lula anuncie o nome de Múcio antes, ainda na semana que vem. O convite para assumir a pasta foi feito na última segunda-feira, 28, após uma reunião do presidente eleito com o ex-ministro do TCU no Centro Cultural Banco do Brasil, sede do gabinete de transição. Junto com o anúncio de Múcio, os nomes dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica também devem ser oficializados. Perguntado nesta sexta-feira sobre a possibilidade de definir a Defesa antes, Lula desconversou. “Se tiver que anunciar ministro (na próxima semana), anuncio, mas não tem nada certo”, declarou ele.
O jantar organizado por Kátia Abreu nesta quinta-feira também contou com a presença do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e de senadores do União Brasil, MDB e PSD. Os três partidos se movimentam para dar sustentação ao petista no Senado. Em troca, desejam ocupar ministérios.
Convidados disseram ao Estadão que Lula não disse naquele encontro qual será o espaço que cada uma dessas três legendas terá no novo governo. O presidente eleito tem tentado conciliar pressões de diferentes partidos e disputas internas para definir a divisão dos ministérios. A avaliação de um dos presentes ao jantar foi a de que se tratou de um encontro para “criar liga” entre Lula e os senadores que vão aderir à base do governo. O petista repetiu ali o discurso de que o País enfrenta uma grave crise social, aliada à desestruturação de políticas públicas.
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