segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Polícia colherá depoimentos de parentes e vizinhos de Alanna


Investigação policial quer confirmar versão prestada pelo assassino confesso Robert Serejo; ele foi preso, sábado, 4, no Km 21 da BR-135; em depoimento, afirmou que não contou com ajuda no assassinato de Alanna Ludmila


Robert Serejo, de 31 anos, está preso e será ouvido pela polícia nesta semana (Foto: De Jesus / O ESTADO)

SÃO LUÍS - A polícia colherá a partir de hoje,6, novos depoimentos de vizinhos e de parentes da criança Alanna Ludmila, de apenas 10 anos de idade, que foi brutalmente assassinada pelo ex-padrasto confesso, Robert Serejo, de 31 anos. Os investigadores querem confirmar a versão prestada pelo assassino da vítima, que informou em depoimento prestado na tarde de sábado,5, no comando-geral da Polícia Militar em São Luís, no Calhau, não ter contado com ajuda na execução do crime e que fez tudo “de caso pensado”.

Além de confirmar a única participação de Robert Serejo no assassinato da criança, a polícia também quer checar algumas informações repassadas pelo assassino no depoimento como, por exemplo, quem deu cobertura para a fuga dele e onde ele permaneceu abrigado enquanto era procurado. “São alguns termos do crime que ainda precisam ser esclarecidos. Mas a grande pergunta, ou seja, quem fez este ato bárbaro já foi respondida”, disse a chefe do setor de Feminicídio da Polícia Civil, delegada Viviane Azambuja.

O ex-padrasto de Alanna Ludmila foi preso enquanto tentava sair da capital maranhense, no início da tarde de sábado,5, no km 21 da BR-135. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP), dois policiais militares estavam, por coincidência, na van que o assassino entrou para se dirigir ao interior ao estado. Eles o reconheceram e o conduziram até o posto da PM na Estiva.

Em seguida, um forte aparato policial, que contou com policiais do BPChoque e do 21º Batalhão, foi mobilizado para fazer a escolta. Vários populares se concentraram na entrada da sede da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) revoltados e ameaçando linchar Robert Serejo. Por falta de condições de segurança e devido ao clima tenso, o assassino foi conduzido, por volta das 13h30, para o comando da PM, onde o depoimento foi colhido.

Segundo o secretário titular da SSP, Jefferson Portela, foi descartada a participação da mãe da criança, Jaciane Borges, no crime. Em algumas redes sociais, áudios de supostos vizinhos insinuavam a participação dela no homicídio. “Confirmamos a versão dela [mãe] que a mesma estava em uma entrevista de emprego, e logo,descartamos a participação”, disse.

Contradições

O delegado-geral da Polícia Civil, Leonardo Diniz, aproveitou a coletiva para se defender das críticas feitas às investigações, que não localizaram de forma mais rápida o corpo de Alanna - que estava no quintal da sua própria residência. Segundo o delegado, como a primeira linha de investigação conduzia para o desaparecimento, não havia justificativa para fazer uma verificação mais minuciosa da casa. “Os familiares, inclusive, nos disseram que já havia sido feita uma varredura na casa. Portanto, a polícia não viu necessidade de encontrar o corpo justamente na residência”, disse.

Entenda o caso

Em depoimento que O Estado teve acesso, o assassino deu mais detalhes sobre como ocorreu o crime. De acordo com o ex-padrasto, ele sabia, previamente, que a mãe da criança iria sair e que Alanna Ludmila estaria por várias horas sozinha em casa. Ele chegou à residência por volta das 9h30 e bateu na janela do imóvel. Sem a resposta da criança, que provavelmente não ouviu o sinal, o assassino pulou o muro e entrou na casa pela porta dos fundos, já que ele tinha a cópia da chave.

Quando entrou na casa, Alanna estava no banheiro, trajando apenas uma blusa e de toalha. Assustada, ela pensou em gritar, no entanto, o assassino tapou a boca da menina. Acuada, Alanna foi estuprada e, em seguida, asfixiada. Segundo o assassino, a motivação foi pelo fato da criança implicar e falar mal dele para a mãe. A polícia confirmou ainda que Robert Serejo não tinha antecedentes criminais.

Velório e sepultamento

O velório e sepultamento de Alanna Ludmila ocorreu em clima de comoção. O corpo dela foi transportado, da escola onde estudava, até a Central de Velórios Pax União, em Paço do Lumiar, na manhã de sábado,4, em carro do Corpo de Bombeiros. Várias pessoas acompanharam o cortejo, que passou por algumas vias do município.

Ao chegar ao cemitério, o corpo de Alanna foi recebido com muitos aplausos. Após um momento religioso, aconteceu o enterro. A mãe de Alanna, Jaciane Borges, estava visivelmente emocionada e disse que perdoava as pessoas que haviam feito isso com a filha dela. “Eu perdoo quem fez isso”, disse.

Entenda o caso

Alanna Ludmila foi dada como desaparecida pelos familiares e pela polícia no dia 1º deste mês. De acordo com informações dos familiares e de vizinhos, não havia sinais de arrombamento na casa. A mãe dela disse que havia saído para uma entrevista de emprego. Nesse intervalo, ainda de acordo com Jaciane Borges, Alanna permaneceu sozinha em casa por várias horas.

No dia seguinte, diante da evidência inicial de que Alanna havia sido raptada, a polícia intensificou as buscas a procura da menina. Além de pessoas próximas, também foram ouvidos amigos de Alanna.

Na sexta-feira,3, um vizinho da residência da família da jovem sentiu um forte odor putrefato vindo do imóvel de Jaciane Borges e encontrou o corpo de Alanna coberto por entulhos no quintal. Centenas de pessoas se concentraram próximo da casa e manifestaram sentimento de revolta e dor com o que tinha acontecido. Peritos do Instituto de Criminalística (Icrim) analisaram o cenário do crime, que foi parcialmente alterado por populares, já que não houve o isolamento imediato do local onde foi encontrado o corpo. O corpo de Alanna foi removido para o Instituto Médico Legal (IML), onde ocoerreu os procedimentos periciais.

Indícios de descontrole

Em entrevista em O Estado, na edição do último fim de semana, o avô de Alanna Ludmila, Jucelino dos Santos Pereira, disse que Robert Serejo, até então principal suspeito do crime, apresentava sinais de “descontrole emocional”. De acordo com o avô, Serejo “estava tendo surtos psicóticos e olhava, até mesmo, demônios dentro de casa”.

Ainda de acordo com o avô, Alanna jamais reclamou com ele que estava sendo abusada sexualmente. De acordo com Jucelino, " a minha filha [Jaciane] nunca falou que Alanna teria sido vítima de qualquer abuso por parte do namorado Roberth Serejo. No entanto, o avô disse que, nos últimos meses, Alanna contou que Serejo implicava com ela de forma constante. Jucelino Pereira não soube detalhar sobre como era essa implicância.

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