sexta-feira, 7 de julho de 2017

Presidente do Paysandu sofre ameaça de morte com revolver e renuncia, diz irmã


Sergio Serra é abordado em praça de Belém na companhia do filho e da esposa com arma apontada para sua cabeça: "Se cair para Série C eu acabo contigo", teria dito o bandido.


Era pra ser um domingo em família, mas a violência acabou transformando o dia do então presidente do Paysandu, Sergio Serra, num episódio traumático. Quando passeava na companhia do filho e da esposa, em uma praça da capital paraense, o engenheiro eletricista acabou abordado por duas pessoas e um logo sacou um revolver fazendo ameaças caso o clube fosse rebaixado á Série C do Campeonato Brasileiro. O relato é da irmã do ex-comandante e foi postado em uma rede social na tarde desta quinta-feira, dia 6, para justificar a renúncia do comando bicolor.

– Meu irmão, Sérgio Serra, acaba de renunciar à presidência do Paysandu Sport Clube (time de futebol do Pará), depois de um episódio traumático que nos abalou a todos. No domingo à noite, ele passeava numa Praça em Belém com a esposa, Cristina (sim, minha xará), e o filho mais velho, Gustavo, de 14 anos, quando dois homens numa moto se aproximaram. Um deles, com o rosto encoberto pela camisa, encostou o revólver no rosto do meu irmão e disse o seguinte: "Eu já sei onde tu moras. Se o Paysandu descer pra série C, eu acabo contigo, com a tua mulher e com esse teu filho maluco". Detalhe, Gustavo, meu sobrinho, é um adorável adolescente autista, um tesouro que temos em nossa família. Abaladíssimo, meu irmão tomou a única decisão possível numa situação como essa, a renúncia – relata.
Irmão do presidente bicolor relata violência em praça de Belém (Foto: Reprodução/Facebook)
Alvo de críticas por conta do atual momento do Paysandu na segunda divisão nacional, agravado com a derrota para o Londrina em casa e, ainda, pela perda de jogadores importantes, Sergio Serra vinha enfrentando pressão dos torcedores a cada jogo, porém, o engenheiro parecia acostumado com as minúcias do futebol. Antes de ser mandatário máximo, tinha experiência de dois mandatos consecutivos como vice-presidente e ocupava a função máxima há pouco mais de seis meses. A irmã prossegue e faz críticas ao esporte.

– Como muitas outras coisas no Brasil, o futebol (com poucas exceções), pra mim, há tempos virou coisa de bandido. Já está a tal ponto contaminado que não há o que reformar, recuperar, restaurar, tamanha a putrefação. E dou ênfase: tal como outras tantas coisas no Brasil. Quando meu irmão informou à família que iria se candidatar à presidência do clube, todos lamentamos. Eu, particularmente, achava um desperdício o Sérgio dedicar o seu talento, sua competência, sua inteligência e seu altruísmo a isso. Mas meu irmão é um idealista, tem um coração de ouro, acredita poder fazer a diferença com seus valores, seu trabalho e sua dedicação. Sou testemunha do quanto trabalhou nestes seis meses, sacrificando o tempo precioso em que poderia estar com a família e sua vida profissional, para se dedicar ao clube que é sua paixão desde a infância. Infelizmente, vejo este caso, que me toca tão de perto, como uma metáfora do Brasil de hoje, em que bandidos nos ameaçam, nos amedrontam, nos tiram a crença de que podemos contribuir para a construção de algo melhor, nos tiram a esperança em dias melhores. Pobre Paysandu, pobre Brasil – conclui.

GE

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