domingo, 23 de julho de 2017

ARTIGO: Sobre mimimi e blá blá blá

Secretário de Saúde, Carlos Lula

Por Carlos Lula

Ainda na década de 60, Nelson Rodrigues já nos alertava para o culto da imaturidade. Todos queriam ser jovens. Segundo ele, aquele tempo parecia exigir das pessoas plena imaturidade, uma postura infantil diante do mundo, mas que passou a ser considerada musa perfeita, sereníssima, universal, modelo de comportamento.

Apesar de fazer referência a meados do século XX, a reflexão é um clássico de Nelson e, como todo clássico, não envelhece e merece ser lido e relido. Passemos aos dias atuais e podemos constatar que tudo parece ter piorado. Parecemos viver uma era do mimimi, da birra pela chupeta tirada, do choro descontrolado da criança mimada. Até mesmo, vejam só, no posicionamento de nossos representantes políticos. Certos posicionamentos públicos fazem deslavada inveja aos debates da quinta série.

Digo isso especialmente porque, nos últimos dias, tentei travar, sem sucesso, um debate saudável acerca dos números que envolvem os investimentos realizados na área da saúde pública do estado do Maranhão. Primeiramente, porque acredito que o controle social cumpre um importante papel no desenvolvimento de políticas públicas mais acessíveis e eficazes; e, também, porque avalio que os investimentos realizados têm promovido ações importantes e transformadoras na vida dos maranhenses, especialmente na área da saúde.

O que a falta do debate tenta esconder é que em dois anos e meio avançamos muito em várias frentes, garantindo maior acesso ao serviço público e oferecendo procedimentos de grande qualidade. Estamos a provar que o SUS pode dar certo. Entregamos, por exemplo, cinco novos hospitais regionais e ampliamos a quantidade de leitos disponível por todo o estado. Além disso, expandimos os serviços na área de oncologia, especialmente na região tocantina.

Também fortalecemos a assistência para o público materno infantil com a assinatura do Termo de Cooperação Técnica com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) em apoio ao projeto de Estruturação da Atenção à Saúde no Maranhão; a entrega da Casa da Gestante, em Imperatriz; e, ainda, a entrega da primeira UTI materna do estado e a instalação de dois Centros Sentinela de Planejamento reprodutivo, um em Balsas e outro em São Luís na Maternidade Benedito Leite.

Avançamos também com um incremento no investimento de R$ 5 milhões para R$ 9 milhões no Programa do Leite Especial; a implantação da Central Única de Regulação; a ampliação da assistência a pessoas com Transtorno do Espectro do Autista no Centro de Reabilitação no Olho d’Água; a entrega do Centro de Referência em Neurodesenvolvimento, Assistência e Reabilitação de Crianças e da Casa de Apoio Ninar.

O Centro Odontológico de Crianças e Adultos – Sorrir – será uma inovação na assistência em saúde bucal no Maranhão. O serviço chega à população ainda este semestre, bem como a implementação da Central de Abastecimento Farmacêutico e o primeiro Hospital de Traumatologia e Ortopedia (HTO) do estado, que receberá a elevada demanda de traumas ortopédicos da região metropolitana. Também até dezembro entregaremos outras unidades regionais de saúde como o Hospital de Balsas, além de três Centros de Hemodiálise.

Estamos trabalhando para melhor distribuir equipamentos de saúde por todo o estado. Unidades direcionadas para suprir demandas reconhecidas pelas próprias regionais em Santa Luzia do Paruá, Colinas, Turiaçu, Carutapera, Lago da Pedra, Timon e Imperatriz, além do novo Hospital do Servidor também serão entregues à população em breve, e trarão mais eficácia à rede, pelo próprio atendimento direcionado.

Essas foram só algumas das melhorias realizadas em pouco mais de dois anos e meio de gestão. É nessa mudança que resultam os investimentos que têm sido realizados e era sobre esses valores e ações que desejava ampliar o debate. Mas as relações no meio político nem sempre são políticas. Uma resposta imatura à provocação realizada nos remete ao pensamento de Nelson Rodrigues e nos faz perceber que, especialmente no meio político, a muitos falta a maturidade necessária para que possamos fazer de debates – como esse sobre os investimentos – degraus para outros avanços.

O povo maranhense tem pressa, e com razão. Ao longo dos anos, muitos fatores colocaram o Maranhão em um cenário nada favorável. Isso é ainda mais perceptível na área da saúde. Portanto, é, mesmo sob acusações e críticas de quem se esquiva do debate através de um discurso imaturo, que seguimos firmes na proposta de continuar transformando Maranhão em um estado melhor. É para e pelos maranhenses que trabalhamos e é a eles que serviremos e responderemos. Sem mimimi ou blá blá blá.

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