terça-feira, 13 de junho de 2017

PF ouve suspeitos em esquema de fraude na Saúde do Maranhão



Cinco funcionários que trabalhavam no Instituto de Desenvolvimento e Apoio ao Cidadão (IDAC), foram à sede da Polícia Federal em São Luís, para contar aos investigadores como funcionava a rotina de trabalho na instituição. Eles estão presos desde o início do mês por suspeita de desviar parte dos recursos que seriam utilizados em hospitais públicos do Maranhão. O IDAC é uma organização social responsável por gerenciar esses recursos públicos para os hospitais.

Na operação deflagrada no dia 2 de junho, a PF constatou que parte do dinheiro não estava sendo aplicada em hospitais. Com isso, funcionários que trabalhavam no IDAC começaram a ser investigadas e suas transações financeiras passaram a ser monitoradas. A ação durou cerca de 70 dias e comprovou que parte dos valores sacados por um funcionário era entregue ao presidente do instituto e alguns diretos.

Em imagens gravadas pela Polícia Federal, mostram que os funcionários do instituto chegavam a sacar entre R$ 400 e R$ 600 mil, dinheiro este que deveria ser aplicado em recursos da saúde no Maranhão. Em 28 de março, os funcionários do IDAC estiveram em uma agência bancária no bairro Jaracati, em São Luís, e sacaram uma quantia tão alta que chegaram a esconder as notas dentro de suas calças.

Imagens feitas três semanas antes mostram um dos operadores do esquema recebendo o dinheiro da boca do caixa e colocando tudo dentro de uma mochila. Segundo Alexandre Saraiva, superintendente da Polícia Federal, o dinheiro desviado poderia ter salvado a vida de vários pacientes. “Pessoas que poderiam ter sido tratadas, pessoas que poderiam ter sobrevivido estão morrendo antes do tempo. Porque esse dinheiro está indo para o bolso de corruptos”, disse.

Depois da deflagração da operação, o contrato do IDAC com o Governo do Maranhão foi cancelado na última segunda-feira (5). A última vez que o contrato havia sido prorrogado foi no ano passado, com dispensa de licitação. Segundo o atual secretário de Saúde, Carlos Lula, não havia nenhuma suspeita de irregularidade. “A gente não tinha como detectar nenhuma irregularidade, mesmo com nosso sistema de prestação de contas, porque a fraude era sofisticada. As notas fiscais eram emitidas como se o serviço tivesse sido prestado para o IDAC e não dentro das nossas unidades hospitalares”, disse.

Contudo em notas fiscais divulgadas pelo próprio Governo do Estado, antes da última prorrogação do contrato, mostram que uma auditoria já havia identificado uma suspeita de superfaturamento de 20% a 30% nas contas do IDAC. Mesmo assim, o contrato foi mantido.

“Na verdade, a auditoria constatou que não havia um plano de trabalho das unidades hospitalares de maneira correta, de maneira coerente. E orientou que a secretaria cancelasse os contratos de 25 a 30%. Todos os contratos foram linearmente cortados já concurso de projetos e licitados com esse corte de 25 a 30 por cento”, declarou o secretário de Saúde.

Após os depoimentos, a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União (CGU) vão continuar as investigações.

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