quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Gabinete fantasma de Roberto Rocha já levou mais de R$ 1 milhão da Prefeitura de São Luís
Dois imóveis alugados pelo gabinete do vice-prefeito permanecem fechados desde a assinatura do contrato. Proprietário é um dos donos da Duvel, Francisco Duailibe.
Roberto Rocha (PSB) |
O candidato ao Senado Federal pela coligação ‘Todos Pelo
Maranhão’, Roberto Rocha (PSB), que se autointitula ‘o senador da
mudança’ no horário eleitoral, pode ter faltado com a verdade durante a
sabatina realizada pela TV Guará no último dia 5 – ou então terá de
mostrar que realmente faz ‘política com decência’ e explicar ao eleitor
sobre o suposto desvio de dinheiro público que pode estar ocorrendo na
Prefeitura de São Luís por meio do cargo ao qual exerce desde janeiro de
2013, vice-prefeito.
Questionado pelo jornalista Linhares Júnior, do Jornal Pequeno, sobre
a nota que daria à gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC),
Rocha respondeu ‘muito a vontade’ ser um vice-prefeito que não tem
‘sequer gabinete’. Levantamento do ATUAL7 no Portal de Transparência da
prefeitura mostra, porém, que, o gabinete fantasma do vice-prefeito de
São Luís e uma unidade de apoio não somente ‘existem’, como consomem
volumosas somas de dinheiro público mensalmente.
De acordo com dados acessíveis do Portal de Transparência, o gabinete
do vice-prefeito de São Luís já levou dos cofres públicos do Executivo
Municipal, de janeiro de 2013 a setembro desde ano, o total de R$
1.070.880,94 (um milhão, setenta mil, oitocentos e oitenta reais e
noventa e quatro centavos) do valor de R$ 4.553.778,05 (quatro milhões,
quinhentos e cinquenta e três mil, setecentos e setenta e oito reais e
cinco centavos) orçado para ser gasto por Roberto Rocha com seu gabinete
até o final deste ano.
Apesar de declarar na TV Guará que é ‘um vice-prefeito que sequer tem
gabinete para trabalhar’, um dos contratos, assinado com dispensa de
licitação com um dos proprietários da Distribuidora de Veículos e Peças
Ltda (Duvel), Francisco Miguel Araujo Duailibe, tem como objeto a
locação de um imóvel situado na Rua do Sol, Centro, destinado para a
instalação e funcionamento da sede da vice-prefeito de São Luís. Um
outro imóvel, que fica ao lado do gabinete fantasma de Rocha – autor do
outro contrato com dispensa de licitação e que deveria estar ocupado
‘pelas unidades de trabalho da vice-Prefeitura de São Luís’, também se
encontra fechado.
A verba que já foi gasta serviu ainda para pagamento das empresas que
prestam serviços de passagens aéreas nacionais e internacionais; e de
aluguel de carros – incluindo três pick up Amarock cabine dupla,
completa, ano 2013/2014, para o vice-gabinete da Prefeitura de São
Luís. Parte dos contratos foram assinados com dispensa de licitação.
O ATUAL7 esteve no endereço na última sexta-feira (12), e voltou
nessa segunda (15) e terça-feira (16), e conversou com trabalhadores e
moradores próximos ao local onde deveria estar funcionando o gabinete do
vice-prefeito de São Luís, uma casa de dois andares que se encontra
fechada desde o final de janeiro de 2013 – aberta somente em junho deste
ano para reforma e pintura.
Um lojista, que preferiu não se identificar por medo de represálias,
informou à reportagem que trabalha no local há quase oito anos, e que o
único ocupante da casa foi o próprio Duailibe.
O ATUAL7 tentou contato com Roberto Rocha durante toda a manhã de
hoje, mas o vice-prefeito de São Luís não retornou a nenhuma das
mensagens enviadas.
do
vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha. Foto: Yuri Almeida / ATUAL7 .Ainda sobre a resposta dada ao jornalista do JP durante a sabatina da
TV Guará, autodeclarando-se como ‘político do Estado’ e ‘jogador’,
Roberto Rocha esnobou o cargo de vice-prefeito de São Luís, apesar dos
gastos que vêm realizando por meio de seu gabinete – ele já havia declarado ao jornalista Diego Emir, de O Imparcial, ‘o imenso esforço para não’ se ‘arrepender de ser vice em São Luís’.
‘Não tinha sentido eu ser candidato a vice-prefeito, uma vez que eu
ia ser [já é] candidato a senador da República. Eu sou um político do
Estado. Político de São Luís é meu filho. Eu não tenho interesse
político maior em São Luís, senão eu concorreria com meu filho. Lógico
que meu interesse é no Estado. Eis a razão da minha candidatura a
vice-governador [vice-prefeito], porque eu sou jogador. Jogador joga em
qualquer posição. Jogador quer jogar’, declarou o candidato ao Senado
pela coligação encabeçada pelo comunista Flávio Dino, dando a arrastada
nota 7,0 para a atual administração da Prefeitura de São Luís, da qual
faz parte.
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